No ano 2006 o escritório de Zaha Hadid desenhou uma extensão para a Faculdade de St. Antony, uma das sete faculdades que compõe a Universidade de Oxford, a mais antiga da Inglaterra. Diversos problemas de desenho e financiamentos foram os causadores do atraso na construção, que finalmente se iniciou há poucos dias.
As novas instalações proporcionarão uma nova biblioteca e um arquivo para o Centro do Oriente Médio, o campus universitário para estudo de humanidades e ciências sociais do mundo árabe. Os materiais de construção serão aço inoxidável e vidro e a estrutura será uma ponte entre o centro e edifício vizinho, e também com a faculdade. Vista da rua, a estrutura será como um túnel suspenso no ar.
Como parte importante do interior, uma escada que articula os espaços aparecerá em meio aos níveis do edifício para uni-lo a um grande nível subterrâneo (sala de leitura e arquivo). Este projeto faz parte de um plano mais amplo para a Faculdade St. Antony proposto pelos arquitetos ADP.
Declaração dos arquitetos
Nossa abordagem para o lugar define uma série de territórios e desníveis onde diferentes atividades relacionadas à investigação e ao acadêmico evidenciam o caráter dos espaços interiores. A forma é dirigida para uma série pontos de tensão distribuídos em uma paisagem sintética que mescla os elementos naturais e construídos. A nova estrutura deforma-se então, adaptando-se ao seu novo e abstrato entorno, revelando caminhos e passeios, apesar de conter os aspectos mais introvertidos do programa. A nova ponte permite a conexão do programa em diferentes níveis, graduando o espaço em relação à dicotomia público/privado. A intensão é criar uma estrutura suspensa que permita que a maior quantidade de aspectos públicos se infiltrem e introduzam no edifício Hilda Bess. Este é um território flexível onde o espaço está posto em camadas através do contraste de elementos e materiais.
A estrutura principal da ponte entra em contato com uma área aberta por uma escada central que leva o usuário aos lugares mais importantes do centro: a nova biblioteca e o novo arquivo. O contraste entre a escada e a profundidade é destacada por uma forma côncava/convexa nos espaços principais de leitura, onde o limite da variação de uso é complementado pela diferença de material em relação ao patamar público. Ao elevar a conexão entre as ruas 68 e 66 Woodstock Road, permite-se a maior diversidade e complexidade em articulação do interior e do exterior e, ao mesmo tempo, com os elementos do programa em si, abrindo novos espaços públicos e reconectando o Centro do Oriente Médio com o setor sul da faculdade através de um único vínculo organizado. Ao definir a ponte principal em termos de dinamismo e fluidez, permitimos que a estrutura existente possa ser lida como elementos separados, completando seu caráter independente.
A finalidade do edifício não é se impor, mas sim enfatizar o tema da natureza da ponte que "flutua", o que ajuda muito na escolha dos materiais. O edifício central será revestido com aço inoxidável, que deverá ter uma aparência iluminada e efêmera, já que todo o contexto existente será refletido em sua superfície, assim como as condições de luz e variações do lugar.
A impressão de uma ligação flutuante está suportada através do uso de vidro sem moldura no revestimento de aço. O saguão do edifício está em um nível subterrâneo, o que duplica o espaço de exposições multiuso ou pequenos eventos. A expansão do vidro na paisagem da área em frente à rua Woodstock Road incentiva o descanso e a permanência.
Visto do sul, onde está a entrada, o edifício se abre para um pátio interno onde um novo nível de conexão é criado, como um caminho de acesso entre o novo edifício de entrada e o edifício ponte.
Via dezeen